Por: Rede OP
As transformações culturais pelas quais o mundo vem passando nas últimas décadas, como a maior presença de mulheres em postos de liderança (com jornada de trabalho prolongada), a necessidade de que os homens assumam mais funções domésticas e diminuição gradativa de serviços de babás e empregadas domésticas, têm fortalecido a tendência dos homens em recorrer, segundo pesquisas mais do que as mulheres, a benefícios que permitem equilibrar trabalho e atenção à família.
Segundo os dados da última edição do Guia Salarial Hays Insper, nas empresas que oferecem benefícios como jornada flexível e possibilidade de trabalho remoto — políticas criadas para facilitar a vida de trabalhadores com filhos — os homens são a maioria dos adeptos.
Enquanto 77% deles optam por mudanças no horário de trabalho ou por ficar em casa alguns dias da semana, a porcentagem de funcionárias que utilizam algum desses benefícios é de 73%. Cenário que tem surpreendido os estudiosos sobre o tema, os quais iniciaram as pesquisas com a expectativa de que as mulheres fossem as maiores usuárias de tais benefícios.
O trânsito nas cidades e a possibilidade de ir à academia em horário mais tranquilo, além do interesse crescente percebido nas pessoas em passar mais tempo com a família, são alguns exemplos de fatores que motivam o alto índice de aceitação de políticas como a jornada flexível e o home office.
Divisão de tarefas
Enquanto no passado criar os filhos e cuidar da casa era papel tipicamente feminino, hoje a divisão de tarefas entre o casal é algo incentivado e esperado.
“Segundo levantamento do instituto americano Pew Research, na metade da década de 60 os homens dedicavam 4 horas por semana aos afazeres domésticos e 3 horas aos filhos, enquanto trabalhavam durante um total de 42 horas semanais. Em 2011, os números tinham mudado para uma média de 10 horas aplicadas nas tarefas do lar, 7 horas no cuidado com as crianças e 37 horas de trabalho remunerado.
Não há dados específicos para o Brasil, mas especialistas acreditam que a mudança comportamental seguiu o mesmo padrão.
Não é mero acaso que algumas empresas comecem a oferecer benefícios como a licença-paternidade prolongada. As leis trabalhistas brasileiras preveem que o período que o pai pode se manter afastado do trabalho após o nascimento de um filho é de apenas cinco dias corridos” (EXAME)
Em algumas empresas, porém, é dada a oportunidade de períodos mais longos. É o que acontece no Google, que oferece quatro semanas de folga aos funcionários que acabaram de se tornar pais. Outro exemplo é da companhia de engenharia carioca Chemtech que oferece uma licença de 15 dias aos pais de recém-nascidos.
O interesse pelo benefício costuma ser ainda maior quando a esposa do funcionário não apresenta essa mobilidade de horários.
Uma pesquisa realizada pelo ISE Business School apontou que apenas 31% das empresas brasileiras criam ambientes equilibrados para seus funcionários. No mundo, o índice é de 44%. Acredita-se, porém, que o aumento da disputa por bons profissionais deve aumentar a preocupação com a qualidade de vida dos funcionários cada vez mais nos próximos anos.
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Fonte: EXAME.COM